Cultura material e arte popular nas histórias das exposições.

Promovendo uma aproximação entre os campos da cultura material, arte popular e histórias das exposições, este projeto trabalha em levantamentos e subsequente análises das mostras em museus, instituições, galerias e espaços independentes cujo foco foram obras, objetos e artefatos pertencentes à cultura material e à arte popular, no período 2014-2024. Entendidas em conjunto, como parte de um fenômeno de renovação da história da arte brasileira e suas maneiras de expor na última década, exposições como Agnaldo Manoel dos Santos: a conquista da modernidade (2022), no MAR; A mão do povo brasileiro (2016); Conceição dos Bugres: tudo é da natureza do mundo (2021), no MASP; Chico da Silva e o ateliê do Pirambu (2023), na Pinacoteca do Estado de São Paulo ainda não receberam a devida atenção da disciplina história das exposições, portanto a importância e o ineditismo desta proposta de estudo. De par com o levantamento das exposições, a pesquisa mapeia e analisa criticamente a produção discursiva e crítica delas decorrente, buscando questionar os limites das categorias cultura material e arte popular, alargando suas fronteiras conceituais.

O objetivo do projeto de pesquisa é, à luz das Histórias das Exposições, realizar um levantamento da documentação e subsequente análise das exposições cujo foco foram objetos, artefatos e obras relacionadas aos lugares da cultura material e da arte popular, de modo a se aproximar de novos significados atribuídos a estes termos na última década, desde 2014, quando teve início no Brasil o processo de retomada que investiu sistematicamente em mostras, temporárias e de acervo, para além da história tradicional da arte e suas categorias estanques, como “moderno” e “contemporâneo”, o que segregou a produção derivada da cultura material e popular, alocando-a em um nicho apartado das grandes narrativas canônicas. No entanto, na última década, verificou-se um processo de questionamento e transformação, tanto da história da arte quanto dos modelos de exposições dominantes, notadamente em grandes museus e instituições culturais do país como o Museu de Arte do Rio (MAR), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina), Instituto Itaú Cultural (IC), Instituto Moreira Salles (IMS), galerias de arte do Sesc São Paulo (especialmente as unidades Pinheiros, 24 de Maio, Consolação e Paulista) e Museu de Arte de São Paulo (MASP), mas também em galerias de arte comerciais das grandes capitais, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, e espaços independentes.