EVENTO: LitDigBR – ELO Brasil 2022

Evento: LitDigBR – ELO Brasil 2022

Data: 27 à 29/06/2022, às 14H30.

Link: https://www.sympla.com.br/evento-online/elo-br-mapeamento-difusao-e-educacao-para-a-literatura-digital-no-brasil/1547452?lang=PT

PROPOSTA:
No seminário brasileiro do Congresso da Electronic Literature Organization – ELO 2022, criadores, universidades e grupos de pesquisa de diferentes regiões propõem uma reflexão sobre a literatura digital brasileira, atentando para as suas especificidades de produção e de avaliação crítica, tendo como horizonte a necessidade de ampliação de sua circulação para além do público especializado. O seminário tem como temas:

  1. Poéticas da literatura digital brasileira;

  2. Proposições teórico-críticas para abordagem do tema;

  3. Reflexões sobre letramento literário digital, diante das especificidades geoeconômicas e culturais do ambiente escolar brasileiro em suas diferentes configurações regionais.

O evento será uma oportunidade para a ampliação dos mapeamentos que já se têm realizado das produções literária e crítica, com vistas a consolidar uma rede de pesquisa e a diagnosticar a situação do campo, no Brasil.


PROGRAMAÇÃO GERAL

27/06 – SEGUNDA-FEIRA

14:30H – 15:00H (BRT – UTC-3) | SESSÃO DE BOAS-VINDAS

  • Giovanna di Rosario (Giovanna Di Rosario, H-Studies University of Jyväskylä; Politecnico di
  • Milano/Organizadora da ELO Conference/Itália, 2022)
  • Caitlin Fisher ( York University/ Presidente da ELO – a confirmar)
  • Andrea Catrópa (UAM)
  • Rejane Rocha (UFSCar)
  • Vinícius Carvalho Pereira (UFMT)

15:00H – 16:00H (BRT – UTC-3) | CONFERÊNCIA POESIA E TECNOLOGIA: PERCURSOS DA DESMATERIALIZAÇÃO DO DIGITAL NO CONTEXTO LITERÁRIO

  • Rogério Barbosa da Silva (CEFET/MG)

Objetiva-se discutir a relação entre poesia e tecnologia a partir das interseções do campo tecnológico no literário na literatura, e especialmente na poesia brasileira do século XX, de forma a delinear as linhas de forças que constituem o estado da arte das poéticas digitais contemporâneas. Analisaremos brevemente a arte eletrônica, como Waldemar Cordeiro e sua “Arteônica”, entre os anos 1960 e 70, os poemas computacionais de Erthos Albino de Souza e os projetos-poemas de Wladmir Dias Pino. A partir daí destacar alguns projetos dos anos 1980 ao momento atual, destacando as reconfigurações pelo uso do computador pessoal e pela poesia em rede. Nesse contexto, discutiremos os processos de desmaterialização, que incide não apenas não apenas nas poéticas das telas, mas também numa fluidez do campo literário, com um fazer cada vez mais híbrido, interartístico e signicamente aberto.

16:00H – 17:00H (BRT – UTC-3) | CONFERÊNCIA NA TRILHA DA INOVAÇÃO: 10 ANOS DE ESCOLHAS E APRENDIZADOS ENTRE TECNOLOGIA E LEITURA

  • Samira Almeida (Storymax)

Desde 2012, a StoryMax vem fazendo escolhas pouco convencionais ao criar aplicativos literários focados em novas experiências de leitura para crianças e jovens. Nesta apresentação, Samira Almeida compartilha desafios, aprendizados e reflexões dessa jornada.

17:00H 19:00H (BRT – UTC-3) | LEITURA-INTERAÇÃO

  • Andréa Catrópa e Alckmar Luiz dos Santos: Navegação guiada pelas obras Oneirografia e E-Imigrações

28/06 – TERÇA-FEIRA

15:00H – 16:30H (BRT – UTC-3) | MESA-REDONDA ATLAS: UM ARQUIVO PARA A LITERATURA DIGITAL BRASILEIRA

  • Luciana Salazar Salgado (UFSCar): “Melhor se guarda o voo de um pássaro do que um pássaro sem voos” (Antonio Cícero)

Pensemos um arquivo como uma guarda. Então, parafraseando o poeta, lembremos que guardar uma coisa é vigiá- la, fazer vigília por ela, velar por ela, estar acordado por ela, estar por ela. Por isso é que um arquivo consagra os materiais arquivados, e ainda os prêmios, feiras, catálogos… que não são propriamente formas arquivísticas, mas sempre remetem a um arquivo que lhes dá vida e que, assim, se mantém vivo também. Um arquivo inventa, ao mesmo tempo que se inventa, o arquivado e tudo o que, à volta, garante que se ofereçam as coisas a serem guardadas. Uma questão técnica crucial.

  • Manaíra Aires Athayde (UC Santa Bárbara): “Algumas questões concretas: literatura digital brasileira + concretismo”

A comunicação explorará as ressonâncias do concretismo nas obras reunidas no ATLAS da Literatura Digital Brasileira. Que tipos de relações podemos estabelecer entre a estética concretista e as obras literárias digitais produzidas no Brasil? É o começo dos anos 2000 o período mais prolífico por que muitas dessas obras encontravam-se de alguma forma limitadas pela materialidade do meio e finalmente puderam ser realizadas plenamente com a chegada do digital? Analisarei um conjunto de informações – que só agora foram reveladas com o ATLAS – para responder a perguntas como estas e traçar possibilidades futuras de pesquisa a partir desse inovador arquivo digital.

17:00H – 19:00H (BRT – UTC-3) | LEITURA-INTERAÇÃO

  • Flavio Komatsu e Arthur Moura Campos: Navegação guiada pelas obras Terminal e Saída.

29/06 – QUARTA-FEIRA

15:00H – 16:30H (BRT – UTC-3) | MESA-REDONDA OS DESAFIOS DO ENSINO LITERATURA DIGITAL

  • Ana Albuquerque e Aguilar (UC): Ensino da literatura digital em Portugal- desafios e oportunidades

Em Portugal, os documentos e as orientações curriculares para os Ensinos Básico e Secundário revelam alguma abertura para o ensino da literatura digital nas salas de aula. Por outro lado, houve um grande investimento em dispositivos digitais por parte do Ministério da Educação, como estratégia de remediação dos efeitos da pandemia no contexto educativo. Temos, no entanto, um longo caminho a percorrer no que concerne a práticas docentes em torno da literatura digital. Deste modo, discutiremos os desafios, os constrangimentos e as oportunidades que encontramos no país para um efetivo ensino da literatura digital.

  • Márcio Roberto do Prado (UEM): (Ainda) Na sala de aula (?) – a literatura, seus professores e seus alunos no contexto contemporâneo

Ao pensarmos na literatura e no seu ensino, uma visão apressada pode nos remeter apenas ao contexto da linguagem verbal, contexto esse no qual essa arte em particular se sedimentou e de onde se desenvolveu, naquilo que costumamos chamar de “Ocidente”, desde as epopeias homéricas. Todavia, no cenário contemporâneo, produzir, pensar e ensinar a literatura acaba por exigir um arsenal de linguagens mais vasto, mudando as dinâmicas e os diálogos que se estabelecem. É o caso da literatura digital, que cada vez mais surge como elemento de destaque no âmbito da educação literária e que traz consigo a necessidade de adaptação (ou até mesmo de criação) de ferramentas e estratégias para sua abordagem. Afetada pela pandemia de Covid-19 e pela adoção de vários modelos remotos (muitas das vezes mediados pelo computador), a educação literária viu-se em uma situação que, aparentemente, seria propícia para o ensino da literatura digital. Todavia, seria isso o que realmente ocorreu? Para responder a essa pergunta, abordaremos a literatura e seus atores em seu contexto educacional, destacando como tais elementos se relacionam e se afetam no mundo contemporâneo.

  • Edgar Kirchof (ULBRA): Quando a literatura infantil se torna digital – aproximações entre os campos da literatura digital e da literatura infantil no Brasil

A literatura eletrônica ou digital existe, como um campo de produção de obras e de crítica, desde a década dos anos 1950, quando Theo Lutz realizou experimentos com textos estocásticos no Centro de Cálculos da Escola Técnica em Stuttgart, na Alemanha. Já o interesse pela produção de obras literárias digitais endereçadas a crianças é muito mais recente e está diretamente vinculado ao sucesso de vendas alcançado pelos aparelhos móveis nos últimos anos. Tendo em vista este contexto histórico, nesta apresentação, serão realizadas algumas aproximações entre os campos da literatura digital e da literatura infantil digital, tomado como base alguns artistas e obras produzidas no Brasil.

29/06 – QUARTA-FEIRA

17:00H – 19:00H (BRT – UTC-3) | OFICINA

  • Protótipos poéticos com interação em Scratch, por Fábio Oliveira Nunes

Nesta oficina, propõe-se uma experimentação livre para poetas, artistas visuais e outros interessados que nunca tenham criado um poema com recursos interativos: utilizando um software voltado para aprendizagem de programação em blocos, os participantes criarão esboços de poemas que permitam refletir sobre possibilidades de interação digital. Esta prática envolve duas ideias principais: transcriação – traduzir para um novo meio – e interatividade – inerente ao meio digital. Assim sendo, é desejável que os participantes já possuam criações poéticas, interesse em possibilidades interativas e conhecimentos básicos em softwares gráficos.

17:00H – 19:00H (BRT – UTC-3) | MINICURSO

  • Seleção e mediação da literatura digital para crianças, por Aline Frederico (UFRJ) e Giselly Lima de Moraes (UFBA)

A literatura infantil digital ainda é objeto de grande desconhecimento por professores, pais, bibliotecários e outros mediadores da leitura literária na infância. O mediador é aquele que cria oportunidades de leitura a partir de uma seleção criteriosa de obras e que ajuda o leitor a enfrentar os desafios de entrar em um novo universo literário, de forma acolhedora e estimulante. Nesse workshop, vamos discutir a literatura infantil digital no Brasil e refletir sobre critérios de seleção, considerando a qualidade artística, questões de acesso, segurança e transparência, além da qualidade técnica. Por fim, vamos refletir sobre possibilidades de mediação da obra Marina está do contra, de Gunilla Wolde, editora Caixote.

ARQUIVOS E ANTOLOGIAS DE LITERATURA DIGITAL

ATLAS DA LITERATURA DIGITAL BRASILEIRA
Reúne 150 obras em português, produzidas por autores brasileiros. Foi criado e é mantido pelo Observatório da Literatura Digital Brasileira, sob a coordenação de. Rejane Rocha (UFSCar/Brasil).
CARTOGRAFÍA DE LA LITERATURA DIGITAL LATINOAMERICANA
Resultado de projeto de pesquisa coordenado por Carolina Gainza e Carolina Zuñiga (Universidad Diego Portales/Chile), reúne obras da literatura digital latinoamericana de 10 países diferentes.
ANTOLOGIA LITELAT
Reúne 81 obras literárias digitais produzidas em 10 países da América Latina e do Caribe, em 6 diferentes idiomas, recuperadas e comentadas pelos editores Cláudia Kozak (UBA/Argentina), Rodolfo Mata (UAM/México) e Leonardo Flores (Appalachian State University/EUA). Link de acesso
ARQUIVO DIGITAL DA PO.EX
Compila obras da literatura experimental portuguesa, entre elas, obras de literatura digital. Foi criado e é mantido por uma equipe de pesquisadores e autores, capitaneada por Rui Torres (Universidade Fernando Pessoa/Portugal).
ELECTRONIC LITERATURE COLLECTION
Antologia em 4 volumes (publicados em 2006, 2011, 2016 e 2022) que reúne obras selecionadas de literatura digital de distintos países, em diferentes línguas. É produzida e mantida pela Electronic Literature Organization.
ALAMO
Reúne 2 programas e 8 obras literárias digitais em língua francesa produzidas pelo grupo Atelier de Littérature Assistée par la Mathématique et les Ordinateurs.
ELMCIP ANTHOLOGY OF EUROPEAN ELECTRONIC LITERATURE
Agrupa 18 obras literárias digitais de países europeus, em 10 línguas diferentes, selecionadas pelos organizadores Maria Engberg, Talan Memmott e David Prater.
LITERATURA ELECTRÓNICA HISPÁNICA
Congrega 18 obras literárias digitais em língua espanhola, em projeto junto ao Instituto Cervantes, com organização de Juan José Díez.
BIBLIOTECA CIBERIA
Reúne 105 obras literárias digitais em língua espanhola, com financiamento do Ministério Espanhol de Economía e Competitividade.
E-LITERATURA
Coletânea com 15 obras literárias digitais, organizada pelo Centro de Cultura Digital do México.
AFRICAN ELECTRONIC LITERATURE ALLIANCE & AFRICAN DIASPORIC ELECTRONIC LITERATURE DATABASE:
Agrupa mais de 300 obras literárias digitais de artistas africanos e da diáspora africana, com organização de Yohanna Jospeh Waliya.


EXPEDIENTE

Organização:

  • Andréa Catrópa (UAM)
  • Rejane C. Rocha (UFSCar)
  • Vinícius Carvalho Pereira (UFMT)

Comissão científica:

  • Manaíra Aires Athayde
  • Pablo Gobira (UEMG)
  • Rogério Barbosa da Silva (CEFET/MG)

Apoio técnico:

  • Júlia de Mello

Produção:

  • Rejane C. Rocha

Tradução:

  • Vinícius Carvalho Pereira

Design Gráfico:

  • Andréa Catrópa