BANCA DE DEFESA | Mestrado em Design

O PPG Design da Universidade Anhembi Morumbi convida para a defesa da Dissertação de Mestrado  em Design, DESIGN NA ENCRUZILHADA: o afrofuturismo enquanto sugestão de um design de futuro, por CYNTHIA MARIA ROCHA NUNES que ocorrerá dia 03/03/23, às 11h00. O evento será on-line e a sala estará aberta a partir das 10h40. Orientadora: Dra. Priscila Almeida Cunha Arantes. Para acessar clique: https://meet.google.com/hzx-wbfw-uhq

RESUMO:
Este trabalho tem por objetivo realizar o cruzo entre a concepção de Afrofuturismo e o design, buscando estabelecer uma base de análise para esta aproximação, tanto para a presente pequisa quanto para pesquisas futuras. Para tanto, partiu-se da perspectiva da descolonialidade, com o intuito de manter duas ideias antagônicas em interação. Para isso, primeiramente, foi realizado um apanhado teórico do campo do design, entendendo a disciplina enquanto limitadora e possibilitadora dos caminhos a serem seguidos. O design aparece, portanto, como uma prática amplamente difundida, popular e partícipe da capacidade de projetar dos seres humanos. Neste sentido, a Encruzilhada, lugar de pertença do orixá iorubano Exu, aparece enquanto encadeamento entre a descolonização e o design, colidindo a visão que parte de uma perspectiva religiosa, por vezes entendida como mundana, com as concepções eurocentradas. O design, portanto, estaria no território de Exu. Num segundo momento, realizou-se uma exposição do objeto de estudo, o Afrofuturismo, primeiro como antítese do Futurismo, de matriz colonial, e segundo como princípio organizativo para a elaboração de diferentes futuros aos sujeitos afrodiaspóricos, com o intuito de fazê-lo encontrar-se com o design na Encruzilhada. Na terceira parte, apresentou-se o método de análise desenvolvido para a investigação de imagens afrofuturistas, embasado na retomada da memória, tradição e modernidade e a análise de elementos gráficos, culminando num estudo de caso de Karina Duarte (Deskdearte). Desta forma, o cruzo aparece enquanto um mecanismo fulcral para atravessar a perspectiva colonial do design, permitindo que elementos antagônicos encontrem-se e formem o novo, que também é constituído do ancestral, daquilo que já existe. Conclui-se, portanto, que o Afrofuturismo é uma manifestação do cruzo, e que as representações de futuro nele contidas constituem o reverberar sobre o futuro dos que foram apagados pela história. Os artefatos afrofuturistas representam, consequentemente, um processo de humanização dos indivíduos afrodiaspóricos, que representam-se a apresentam-se ao
mundo a partir de seus futuros imaginados, mas imanentes.

Palavras-chave: design. afrofuturismo, encruzilhada, descolonialidade, Exu.